Parece um pouco fora do contexto, mas eu diria que é o contexto de toda essa trajetória.
Minha mãe. Todo mundo tem uma e considerações para fazer a respeito da sua.
A minha, foi quem me criou. Não poderia dizer que foi exatamente sozinha, pois minha avó tem um papel tão fundamental quanto o dela na base de todos os meus princípios, meios e fins.
Venho de uma família aonde a presença masculina é quase nula. Tenho co-sanguíneos homens, em primeiro e segundo graus somente meu pai, um tio e um primo. O restante de toda a minha família (de sangue) é constituída por mulheres. Muitas mulheres eu diria, a família não é pequena.
Sabe-se que a maior incidência de casos de esclerose múltipla se dá em mulheres, e o ponto aqui não é acreditar que fui contaminada por ser mulher e conviver desde sempre com muito mais mulheres do que com homens, mas relacionar a parte comportamental das mulheres em relação à dos homens, dada essa que acredito ser decisiva no desenvolvimento não somente da esclerose em si, como de diversas outras enfermidades.
Mulheres são diferentes dos homens, isso é fato.

A mulher essencialmente, sente o mundo de uma maneira mais complexa. Tudo que temos, sabemos, sentimos é cheio de detalhes minuciosos, funções específicas cheias de pormenores e maiores, cores, odores, sabores. Nada em nosso universo é simples, racional, prático. Por mais simples, racional e prática que uma mulher possa ser e, eu me incluo neste grupo, em algum momento uma chuva de instintos criativos, sentimentais, organizacionais nos devastam. Mentira da que diz que nunca passou por isso. Digo, por vivência, observação de minha natureza e das outras, pelo menos 11 mulheres próximas a mim. Em algum momento sua essência aparece e seus hormônios te chamam.
Minha mãe como teve que me criar praticamente sozinha, fazia o papel de super mulher e me incumbia desde muito cedo a não só ser perfeita, como a melhor perfeita que fosse existir no mundo. Tudo o que era relacionado a mim era incrível, magnânimo. Meus olhos eram as duas mais lindas jabuticabas que o mundo conheceu, a cor da minha pele era de um dourado de causar inveja a qualquer ser humano, minha inteligência era a mais admirável de todas ao meu redor e... as minhas fraquezas? Eram as fraquezas mais fortes que alguém pudesse conhecer.
Não poderia existir um defeito sequer em meu ser.
-Obrigada mãe, eu também te amo!
Por outro lado, minha "perfeição" estava muito mais atrelada à minha vontade de me libertar de tudo isso. Eu queria ser livre! Livre de casa, de ser perfeita, de ser imperfeita, de minha mãe, família e até de mim mesma.
Nós mulheres, em uma maioria, somos educadas para salvar ou o mundo, ou a família, ou a nós mesmas. Carregamos a "responsabilidade" de gerar outros seres humanos, antes mesmo de saber se realmente queremos isso. Chega a ser um crime, em alguns, casos pensar o contrário.
Em minha opinião, essa ebulição de sentimentos e a falta de auto-conhecimento e controle, nos ajuda a desenvolver enfermidades de uma forma mais intensa do que os homens. Acredito sim, que nosso emocional é o dono de nossa saúde, mesmo relacionando todos os outros fatores climáticos, genéticos, hereditários, espirituais...
Aquilo que escolhemos e assimilamos em nossos processos internos definem o resultado do que seremos.
Cresci sendo induzida a acreditar que era invencível ou que pelo menos eu teria que aceitar isso ou sim, ou sim. Realmente eu venci. Venci praticamente todas as batalhas que minha infância e adolescência me impuseram e as que eu mesma criei. Permaneci anos lutando na minha invencibilidade, sem saber que a derrota, na maioria das vezes, é a melhor representação do sucesso. Vencia em nome da minha liberdade.
Toda essa energia de "vitória" era revertida em vivências densas, sentimentos confusos, péssimos hábitos e raros momentos de lucidez.
A maneira como assimilamos o que ouvimos e vemos ao nosso respeito, alimenta nossas constituições.
Minha mãe me salvou de mim mesma, tantas vezes, quanto tentou me transformar nela própria. Por medo ou amor, me ajudou a me destruir e a viver toda essa reconstrução até hoje.
Minha mãe. Todo mundo tem uma e considerações para fazer a respeito da sua.
A minha, foi quem me criou. Não poderia dizer que foi exatamente sozinha, pois minha avó tem um papel tão fundamental quanto o dela na base de todos os meus princípios, meios e fins.
Venho de uma família aonde a presença masculina é quase nula. Tenho co-sanguíneos homens, em primeiro e segundo graus somente meu pai, um tio e um primo. O restante de toda a minha família (de sangue) é constituída por mulheres. Muitas mulheres eu diria, a família não é pequena.
Sabe-se que a maior incidência de casos de esclerose múltipla se dá em mulheres, e o ponto aqui não é acreditar que fui contaminada por ser mulher e conviver desde sempre com muito mais mulheres do que com homens, mas relacionar a parte comportamental das mulheres em relação à dos homens, dada essa que acredito ser decisiva no desenvolvimento não somente da esclerose em si, como de diversas outras enfermidades.
Mulheres são diferentes dos homens, isso é fato.

A mulher essencialmente, sente o mundo de uma maneira mais complexa. Tudo que temos, sabemos, sentimos é cheio de detalhes minuciosos, funções específicas cheias de pormenores e maiores, cores, odores, sabores. Nada em nosso universo é simples, racional, prático. Por mais simples, racional e prática que uma mulher possa ser e, eu me incluo neste grupo, em algum momento uma chuva de instintos criativos, sentimentais, organizacionais nos devastam. Mentira da que diz que nunca passou por isso. Digo, por vivência, observação de minha natureza e das outras, pelo menos 11 mulheres próximas a mim. Em algum momento sua essência aparece e seus hormônios te chamam.
Minha mãe como teve que me criar praticamente sozinha, fazia o papel de super mulher e me incumbia desde muito cedo a não só ser perfeita, como a melhor perfeita que fosse existir no mundo. Tudo o que era relacionado a mim era incrível, magnânimo. Meus olhos eram as duas mais lindas jabuticabas que o mundo conheceu, a cor da minha pele era de um dourado de causar inveja a qualquer ser humano, minha inteligência era a mais admirável de todas ao meu redor e... as minhas fraquezas? Eram as fraquezas mais fortes que alguém pudesse conhecer.
Não poderia existir um defeito sequer em meu ser.
-Obrigada mãe, eu também te amo!
Por outro lado, minha "perfeição" estava muito mais atrelada à minha vontade de me libertar de tudo isso. Eu queria ser livre! Livre de casa, de ser perfeita, de ser imperfeita, de minha mãe, família e até de mim mesma.
Nós mulheres, em uma maioria, somos educadas para salvar ou o mundo, ou a família, ou a nós mesmas. Carregamos a "responsabilidade" de gerar outros seres humanos, antes mesmo de saber se realmente queremos isso. Chega a ser um crime, em alguns, casos pensar o contrário.
Em minha opinião, essa ebulição de sentimentos e a falta de auto-conhecimento e controle, nos ajuda a desenvolver enfermidades de uma forma mais intensa do que os homens. Acredito sim, que nosso emocional é o dono de nossa saúde, mesmo relacionando todos os outros fatores climáticos, genéticos, hereditários, espirituais...
Aquilo que escolhemos e assimilamos em nossos processos internos definem o resultado do que seremos.
Cresci sendo induzida a acreditar que era invencível ou que pelo menos eu teria que aceitar isso ou sim, ou sim. Realmente eu venci. Venci praticamente todas as batalhas que minha infância e adolescência me impuseram e as que eu mesma criei. Permaneci anos lutando na minha invencibilidade, sem saber que a derrota, na maioria das vezes, é a melhor representação do sucesso. Vencia em nome da minha liberdade.
Toda essa energia de "vitória" era revertida em vivências densas, sentimentos confusos, péssimos hábitos e raros momentos de lucidez.
A maneira como assimilamos o que ouvimos e vemos ao nosso respeito, alimenta nossas constituições.
Minha mãe me salvou de mim mesma, tantas vezes, quanto tentou me transformar nela própria. Por medo ou amor, me ajudou a me destruir e a viver toda essa reconstrução até hoje.
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