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O tamanho do afeto

Já faz bastante tempo que tenho boas respostas de meu organismo em relação aos sintomas de EM mas em dezembro do ano passado, findo um dia cheio, com direito a horas de estrada, após um evento de família, passei por uma noite bem densa, cheia de dores articulares, daquelas de fazer você sentar!

Confesso que não existe um sintoma que apareça em meu corpo que não me remeta à tudo o que já vivi desde o diagnóstico e que não me cause aquela "parada cardíaca" (ou quase isso!), de medo que algo novo possa se desenvolver.
Tenho vontade de gritar bem alto, chorar sem parar até secar toda a água do meu corpo e comer todas as porcarias que me controlo diariamente para não comer...em uma só garfada! Que medooooo que me dá!

Algumas vezes me rendi ao desespero e confesso que não foi muito aliviante não! Pelo contrário, quanto mais eu me entrego ao desespero, mais e mais acabo me entregando. Não sou o tipo de pessoa que chora, chora, come uma barra de chocolate, chora mais um pouco, come batata frita, maionese verde, chora um pouco mais e simplesmente, melhora! Sou intensa, simplesmente vivo transbordando! Se eu começo a chorar, choro por horas. E choro alto, sofro...vivo definitivamente os meus instantes. Assim, se escolho sofrer, tenho a certeza que assim seguirei!

No instante em que comecei a sentir essas dores estava em um restaurante, ouvindo uma deliciosa música ao vivo, junto com meu companheiro e me partia o coração pensar em ter que sair dali, quando ao mesmo tempo a maior vontade que eu tinha era de deitar numa cama, dormir e acordar só quando aquela tortura passasse. A sensação era de que alguém estrangulava meus joelhos, cotovelos.

Era como se algo triturasse as minhas articulações. Neste momento eu procurei respirar o mais consciente que pude, a mentalizar tudo o que costumo quando estou em situações de dificuldade e confesso que consegui terminar o jantar, bem mais tranquila mas, não pude continuar lá por muito mais tempo.

Obviamente comentei com meu parceiro que me sentia daquela forma e ele como SEMPRE, com todo o amor e carinho do mundo compreende e me apoia no que for preciso. Acima de tudo tenho a certeza de que para ele o que importa é o meu bem estar.
Chegando ao hotel, ele ajudou a passar uma pomada de arnica que uso para essas dores (e que é restauradora, diga-se de passagem!) em minhas pernas e braços, me abraçou enquanto eu chorava de dor e me fez ter mais uma vez a consciência de que tudo passa. Como nas outras vezes, vem e passa.

Nada é definitivo, permanente. Apenas o amor. O amor é feito de infinitos. Infinitas possibilidades, infinitos compartilhares, infinita esperança de que ele sempre nos encontrará.
O amor está aqui, aí, em todos os lugares e possui livre acesso à todos nós. O amor regenera tudo ao seu redor.

Ter ao seu lado escolhas e relações de amor podem significar a distância entre a enfermidade e a plena cura. Nos braços do afeto temos a certeza de que por mais que todo o resto se perca, dentro dele se encontram os nossos infinitos.


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