Uma das primeiras lições que recebi quando criança é a de que nem tudo dura para sempre. Nós nascemos, vivemos e em certo momento iremos morrer. Confesso que falar sobre a morte em si não é algo muito confortável, uma vez que não gostaria de perder quem eu amo e muito menos ter que deixá-los. No dia em que recebi o diagnóstico, deitada na cama do hospital, meio sem saber ainda sobre o que se tratava e sem ter muita força de raciocínio para isto, percebia que algo dentro de mim morria lentamente. Morria uma Paula, que acreditava ter o real controle sobre a própria vida. Morria a Paula que planejava seus dias e corria para alcançar todos esses sonhos. Morria uma parte da Paula que conhecia alguma coisa sobre a sua existência. Morria uma Paula que acreditava ser invencível. Naquele instante, quando o Dr. entrou no quarto do hospital e confirmou o diagnóstico, aos poucos, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer, sem conseguir chorar, sem conseguir praticamente me mexer do pescoço ...
Ressignificando um diagnóstico de esclerose múltipla