Há pouco mais de 9 anos atrás, no fervor dos meus 22 anos, ( FERVOR, porque naquele tempo eu realmente vivia em ebulição!), na sexta-feira do dia 22 de julho de 2005, eu comecei a sentir uma queimação na pele de meu colo, acima dos meus seios, como se eu tivesse tido uma queimadura, ou estivesse desenvolvendo algum processo alérgico. Neste dia eu organizava o chá de bebê de uma das minhas melhores amigas, que seria em minha casa.
Como sempre, correndo, fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, brigando, rindo, chorando, comendo, trabalhando, passeando com o cachorro, tudo junto, misturado, inacabado, rindo, trabalhando e chorando de novo.
Nesta época, eu era casada há um ano, trabalhava na administração de nosso restaurante que estava em pleno desenvolvimento, jogava squash praticamente todos os dias, no período que eu chamava de horário de almoço. Me alimentava da maneira que os poucos minutos que me restavam permitiam, fumava quase um maço de cigarros por dia e não fazia ideia do significado da palavra auto-controle. Minha vida era um total descontrole.
A única parte que ainda me restara de disciplina, comprometimento e energia vital, estavam sendo usadas para o trabalho. Eu vivia e morria por ele.
Quando acordei no sábado, a queimação continuava, só que agora, acompanhada de um tremor interno. Eu sentia como se meu coração estivesse batendo mais forte, rápido e meus estímulos físicos respondiam com mais rispidez.
Fizemos a festa e foi um sucesso! Conseguimos juntar todas as nossas queridas, rimos, bebemos, trocamos presentes e amores ,como há muito não fazíamos.
Eu sempre fui ligada no 220w, achava que aquela agitação que consumia meu corpo era normal. Quando não conhecemos nosso organismo, confundimos mesmo sensações com sentimentos e vice-versa.
Alguma coisa estava errada e por mais que eu não entendesse o quê, algo dentro de mim sabia que aquilo não era meu. Talvez uma intuição, àquela que muitas mulheres tem, estivesse me dizendo que alguma mudança estava por vir.
Lembro-me de uma semana antes, em um jantar com meu ex-sogro ter sentido uma angústia muito forte em meu peito, como se algo ruim estivesse acontecendo. Eu chorei muito este dia. Comentei com meu marido na época e ele disse que não entendia de onde pudesse vir aquele sentimento e que eu me acalmasse, que estava tudo bem. Afinal de contas, o trabalho estava realmente nos consumindo e isso poderia ser um reflexo desses dias densos.
No domingo, o dia seguinte ao chá, acordei com meus braços e costas queimando. Sentia um formigamento parecido com o que temos quando sentamos em cima de nossos pés e, aos poucos, ia tomando conta de todo meu corpo.
Liguei para uma médica cardiologista conhecida da família e ela me recomendou que eu procurasse um neurologista.
Na segunda-feira, após a consulta de encaixe que consegui com um doutor recomendado, a esta altura já com meu corpo do pescoço para baixo tomado pelo formigamento, queimação e o enfraquecimento de meus membros, quase sem conseguir andar sem ajuda de minha mãe, fui encaminhada para um exame de ressonância magnética de urgência para investigar o que estava acontecendo em meu sistema nervoso central. Lembro-me de confortar minha mãe, que estava completamente desorientada, aos prantos, mesmo sem ter qualquer idéia de qual seria o resultado, dizendo à ela que se acalmasse pois tudo iria ficar bem.
Após 4 horas dentro de um tubo sendo examinada, recebo a notícia de que existia em meu cérebro alguns pontos de inflamação e uma lesão medular, próxima a minha coluna cervical, levando a um possível diagnóstico de esclerose múltipla.
Como sempre, correndo, fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, brigando, rindo, chorando, comendo, trabalhando, passeando com o cachorro, tudo junto, misturado, inacabado, rindo, trabalhando e chorando de novo.
Nesta época, eu era casada há um ano, trabalhava na administração de nosso restaurante que estava em pleno desenvolvimento, jogava squash praticamente todos os dias, no período que eu chamava de horário de almoço. Me alimentava da maneira que os poucos minutos que me restavam permitiam, fumava quase um maço de cigarros por dia e não fazia ideia do significado da palavra auto-controle. Minha vida era um total descontrole.
A única parte que ainda me restara de disciplina, comprometimento e energia vital, estavam sendo usadas para o trabalho. Eu vivia e morria por ele.
Quando acordei no sábado, a queimação continuava, só que agora, acompanhada de um tremor interno. Eu sentia como se meu coração estivesse batendo mais forte, rápido e meus estímulos físicos respondiam com mais rispidez.
Fizemos a festa e foi um sucesso! Conseguimos juntar todas as nossas queridas, rimos, bebemos, trocamos presentes e amores ,como há muito não fazíamos.
Eu sempre fui ligada no 220w, achava que aquela agitação que consumia meu corpo era normal. Quando não conhecemos nosso organismo, confundimos mesmo sensações com sentimentos e vice-versa.
Alguma coisa estava errada e por mais que eu não entendesse o quê, algo dentro de mim sabia que aquilo não era meu. Talvez uma intuição, àquela que muitas mulheres tem, estivesse me dizendo que alguma mudança estava por vir.
Lembro-me de uma semana antes, em um jantar com meu ex-sogro ter sentido uma angústia muito forte em meu peito, como se algo ruim estivesse acontecendo. Eu chorei muito este dia. Comentei com meu marido na época e ele disse que não entendia de onde pudesse vir aquele sentimento e que eu me acalmasse, que estava tudo bem. Afinal de contas, o trabalho estava realmente nos consumindo e isso poderia ser um reflexo desses dias densos.
No domingo, o dia seguinte ao chá, acordei com meus braços e costas queimando. Sentia um formigamento parecido com o que temos quando sentamos em cima de nossos pés e, aos poucos, ia tomando conta de todo meu corpo.
Liguei para uma médica cardiologista conhecida da família e ela me recomendou que eu procurasse um neurologista.
Na segunda-feira, após a consulta de encaixe que consegui com um doutor recomendado, a esta altura já com meu corpo do pescoço para baixo tomado pelo formigamento, queimação e o enfraquecimento de meus membros, quase sem conseguir andar sem ajuda de minha mãe, fui encaminhada para um exame de ressonância magnética de urgência para investigar o que estava acontecendo em meu sistema nervoso central. Lembro-me de confortar minha mãe, que estava completamente desorientada, aos prantos, mesmo sem ter qualquer idéia de qual seria o resultado, dizendo à ela que se acalmasse pois tudo iria ficar bem.
Após 4 horas dentro de um tubo sendo examinada, recebo a notícia de que existia em meu cérebro alguns pontos de inflamação e uma lesão medular, próxima a minha coluna cervical, levando a um possível diagnóstico de esclerose múltipla.
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