Pular para o conteúdo principal

Nossos espelhos.


No ano passado aprendi uma frase que tem feito toda a diferença na maneira como me auto-analiso atualmente: " nós nos conectamos apenas com àquilo que compartilhamos". Ou seja, por esta linha de raciocínio, tudo o que nos acontece é porque de alguma forma precisamos daquilo para crescer, evoluir e enxergar melhor nossos processos de desenvolvimento pessoal.

Desta maneira, temos como "espelho"e referência, tudo o que precisamos para ser melhores: o que nos acontece, as pessoas que nos conectamos, situações sejam elas boas ou ruins, enfim, temos o tempo todo, oportunidades de nos conectarmos com o que precisamos melhorar, para evoluir.

Se me deparo todos os dias com situações e pessoas que considero egoístas por exemplo, provavelmente, em algum setor da minha vida, com alguém ou alguma situação eu também estou manifestando um comportamento egoísta.

Analisando nossas vidas por este outro ângulo, conseguimos ter mais clareza de onde podemos melhorar e nos conectar definitivamente com o que queremos, sendo co-autores de nossa jornada e não simplesmente seres alienados, vivendo e reagindo a cada fator que nos aparece, sem ao menos refletir o porquê das situações terem sido da maneira que são.

Cada vez que me deparo com alguma situação que me incomoda, imediatamente procuro me colocar naquele lugar e descobrir em qual momento eu tenho agido exatamente da maneira que a situação está se apresentado.

Não podemos colher maçãs se plantamos pêras, não é mesmo? Se existe alguma situação, comportamento de alguém, problema, que tem repetidas vezes aparecido no seu caminho, pare honestamente para refletir se em algum setor da sua vida, ou com alguém, você não tem agido exatamente da forma que tem te incomodado. 

Somente quando pudermos ser honestos com o nosso próprio processo, descobriremos a fundo, os motivos pelos quais nos deparamos sempre com situações repetitivas que nos afligem.

Fugir dessas situações só farão elas voltarem. Pode ser até que elas voltem anos depois, com personagens diferentes, mas enquanto não formos capazes de "sanar" um comportamento reativo que nos prejudica, elas voltarão mais e mais vezes, talvez até mais intensas, para nos ajudar a nos consertar.

Essa frase do Jung no pôster que coloquei no início do texto, ilustra direitinho como toda essa dinâmica funciona.

Tem sido bem difícil me auto-analisar por esse "novo"olhar, descobri comportamentos super prejudiciais que tenho e que não me ajudam a chegar à lugar algum. 

Vale a pena fazer esse exercício: anote todas as vezes em que você reagiu à algum fator externo, algo que verdadeiramente te incomodou, pode ser o comportamento de alguém, alguma situação específica...procure fazer isso por uma semana. No final da semana, com todas essas informações, procure observar se as características desses momentos em que reagiu e se as situações tem alguma semelhança entre elas. Nomeie os sentimentos que apareceram.

Por exemplo: 
"Fiquei com raiva pois meu marido (esposa) não me deu a atenção que eu mereço - me sinto rejeitada (o). 
Fui ao médico e ele parece não entender quão mal eu me sinto - senti que ele fez pouco caso do meu sofrimento.
As pessoas tem se afastado de mim e eu me sinto cada vez mais só"

Ao final, percebemos que de alguma maneira todas essas vivências levam a pessoa a se sentir rejeitada, sozinha...
O exercício agora é tentar se colocar nesta posição que incomoda: Será que existe algum setor em minha vida aonde faço pouco caso de alguém ou alguma situação? Será que eu deixo as pessoas à vontade para falarem sobre si mesmas, e tenho real interesse por elas? Será que em todas as partes da minha vida eu trato as pessoas tão bem quanto eu gostaria de ser tratada?

Pode ser até, que não agimos de uma maneira egoísta especificamente com a pessoa ou condição que aparece para nós. Mas em algum setor de nossas vidas, se nos deparamos com esse padrão de situação é porque muito provavelmente geramos em algum momento uma consciência de egoísmo.

Enfim, essa é apenas uma ilustração de como podemos chegar mais perto das correções que podemos fazer em nosso comportamento e assim passar a nos conectar com o que compartilhamos, mas da maneira que gostaríamos. Ter uma visão mais lúcida de como nos relacionamos com todos os eventos que nos aparecem, nos ajuda a escolher / ser o que gostaríamos de receber. Quando enxergamos nossos erros temos mais facilidade em melhorá-los.

Deste modo, bem racionalmente falando, não existem pessoas injustiçadas, "coitadas", de alguma maneira, em algum setor da nossa vida espalhamos sementes que possivelmente não gostaríamos de colher. Ao invés de perder tempo abraçando sentimentos de rejeição e julgamento, porque não começar a olhar para dentro procurando encontrar aonde melhorar? É uma luta libertadora!

Possivelmente você tenha em mente milhares de motivos para justificar todas as vezes que agiu de forma agressiva, egoísta, enfim, nada disso vai te levar a lugar algum. Encontrar desculpas para nossos maus comportamentos só nos deixam cada vez mais cegos e infelizes.

Tem uma frase famosa que mostra isso direitinho: " quando apontamos um dedo para alguém, três outros dedos são apontados para nós"

Não esquecendo a cada minuto de que:

"Nos conectamos exatamente com àquilo que compartilhamos"

Um forte abraço :)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Página do Blog no Instagram!!!!

Eu amo Instagram!!! E foi pensando nisso que achei uma boa ideia passar minhas experiências com EM pelo aplicativo também e ainda me conectar com os amigos do Blog por lá! Quem tiver Insta, a página do blog chama @esobreviver vejo vocês lá❤️ beijos!

Você sabe o que é deficiência não aparente?

Vem conferir! Aproveita e se inscreve no canal :) Bjs!

Às minhas atitudes

Na semana passada vi uma frase na internet, que foi a mais impactante que me apareceu nesses últimos meses. Confesso que na hora em que li, desenhei várias pessoas em minha mente e consegui encaixá-las perfeitamente em cada palavra. O que eu não contava era que muito mais do que para uma infinidade de pessoas ao meu redor, ela se encaixava perfeitamente em minha própria vida. Inevitavelmente eu chegaria até ela. Foi completamente para mim que aquelas letras, naquele exato momento saltaram diante dos meus olhos. Ao me dar conta disso elas soaram como gritos em meus ouvidos e repetidas vezes, filmes com minhas próprias imagens e atitudes apareciam em minha mente. Quantas vezes milhares de informações importantíssimas passam pelos nossos olhos e nem sequer nos damos conta do tamanho ensinamento que elas possuem? Quantas indiretas atiramos ao vento e que deveriam servir diretamente para nós mesmos? Pois é, neste caso serviu direitinho para que mais uma vez eu me colocasse no meu luga