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Você ACEITA um pouco mais de vida?

Como foi difícil para mim, usar o que hoje considero ser o mecanismo "chave" de superação do meu dia-a-dia: a aceitação. 
Passei anos, sem ao menos pronunciar o nome de qualquer doença, diagnóstico. Falar sobre o assunto com quem quer que fosse, me soava como assinar um atestado de incapacidade. Olhar para qualquer limitação tanto física como emocional que eu tivesse era estar diante de um filme de terror.

Ao nos deparamos com um diagnóstico médico de algo que não se conhece cura, não existe tratamento 100% eficaz e nem sequer perspectivas acertivas desse conhecimento, temos a oportunidade de vivenciar estados de atenção "antecipados" ao nosso organismo. Temos a real noção de que precisamos cuidar de nós mesmos acima do que quer que seja.

Hoje, quando observo a chance que tive aos 22 anos de idade de parar, me observar, monitorar minhas atitudes em relação a maneira como cuidava de meu corpo, eu só consigo agradecer. Pessoas passam anos, e mais anos sem se descobrir, sem ter um relacionamento lúcido com o próprio organismo, sem se escutar. Desconfio que muitos se vão sem ter essa lucidez.

Minha jornada mudou demais nesses últimos anos, quebrei paradigmas, mudei alimentação, transformei meus hábitos, aprendi a acolher somente relacionamentos saudáveis, lidar com preconceito e rejeições...

Independente de qualquer limitação que temos, qualquer uma, quem terá que conviver com ela somos nós mesmos. Se nossos amigos, familiares, sociedade, gostam ou não de como somos ou nos comportamos, esta é uma questão exclusivamente deles. Ser diferente do que o mundo projetou para todos não tem nada de errado. Não é porque dizem que o legal é ser isso ou àquilo que necessariamente vai fazer sentido para mim. Somos todos únicos em nosso próprio universo e isso é que faz as relações serem tão ricas e interessantes!

Eu não escolho às vezes, ter que conviver com dores, fadiga, falta de força muscular...mas eu decido que posicionamento vou adotar diante disso! Escolho se vou conviver com minhas limitações de cabeça erguida e sem desistir ou se vou reclamar e me limitar mais ainda. No meu caso, tenho quase sempre escolhido pela primeira opção.

Aprendi a acolher as dores que tenho, aceitar minhas limitações. Reclamar, choramingar, culpar isso ou àquilo pelos meus problemas não costumava me ajudar muito. Ao contrário, quanto mais desmotivada eu escolhia me comportar mais solitária e fraca eu me via.

A percepção de como nossa atitude influencia nos resultados que colhemos ao longo dos nossos dias é muito sutil, porém, quando percebemos o poder que essa "ferramenta" nos dá, facilitamos muito o desenrolar dos desafios que aparecem.

Hoje eu tenho 31 anos de idade e uma probabilidade de 50% de chance de viver até uns 70, 80 anos mais ou menos. Imagina, se eu escolher viver mais uns 50 anos resmungando, me lamentando, alimentando estados de dor, sofrimento! Que vida horrível eu promoveria para mim, e à todos ao meu redor. Aceitar, acolher estados de sofrimento é bem diferente de incentivá-los. 

Quando não nos aceitamos, nos tornamos pessoas ranzinzas, desagradáveis, de difícil convívio. Se nós mesmos não conseguimos enxergar todo o potencial que temos de inspirar pessoas com amor, carinho, alegria, imagina quem está do lado de fora.

Poucas vezes temos alguém dedicado, afetuoso ao nosso lado. É difícil encontrar verdadeiros parceiros durante nossa vida, as pessoas mal se relacionam pessoalmente. Para a maioria, normal hoje é ser virtual. Ser de carne e osso está cada vez mais fora de contexto.

É incrível e raríssimo poder contar com alguém quando precisamos de auxílio. Normalmente essas pessoas próximas, sofrem muito ao ver-nos sofrer, lamentar. Por mais difícil que possa ser, adotar uma postura de humildade e gratidão com essas pessoas, não só as motiva a não desistir de nós mesmos, como repõe todas as "cargas" de amor que elas nos concedem. A vida fica muito mais leve quando temos verdadeiros companheiros por perto. A gratidão é um excelente combustível curativo.

Ao aceitar o que a vida nos presenteia de coração aberto, recebemos as mais lúcidas formas de transformação. E transformação é sinônimo de cura. 

Se aceitar é um grande ato de coragem.


- Sim, eu aceito muito mais vida! Aliás, aceito meus dias repletos de vibrações de vida! Obrigada.

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